A Coruja de Monte Suntria

Suntria é uma das denominações de Sintra...O Monte da Lua ...a coruja...sou eu!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Fórmula Têmpera

Fórmula Têmpera - Colaborador:Artista plástico Hélio Nunes - Belo Horizonte/MG
Características gerais

A têmpera tradicional é uma mistura da gema de ovo com pigmento, formando uma tinta solúvel em água, mas relativamente resistente a sobrepinturas. A gema contém albumina e lecitina, respectivamente, um óleo não-secativo e um emulsificador.

Depois de seca, suas cores mantêm-se muito próximas às do pigmento, não havendo muita interferência do medium, exceto pelo brilho característico quando a tinta é aplicada em diversas camadas. Além disso, as pinturas não se tornam amareladas com o tempo e não sofrem rachaduras tardias: se a pintura não rachou logo depois de seca, não rachará mais.

O pigmento deve ser seco e em pó fino. O "pó xadrez", apesar de sua pobreza tonal, é um bom ponto de partida para experiências.

O suporte deve ser rígido e pode ser papel (Montval, por exemplo), madeira (cedro) ou tela montada sobre suporte de madeira (folhas de compensado com mais de 1cm). O suporte é preparado tradicionalmente com gesso e cola de coelho em três camadas (encolagem, gesso grosso e gesso fino). A tinta látex (branca para interiores) tem sido largamente usada como substituto.

Uma das características mais interessantes da têmpera é o registro das pinceladas. A direção e o formato do pincel ficam bem aparentes e podem ser utilizados, inclusive, como recurso tonal. O pincel recomendado para têmpera é o de pêlo macio (orelha de boi, por exemplo) e as pinceladas devem ser suficientemente delicadas para não retirar mecanicamente a camada inferior.
Têmpera ovo (magra) Colaborador:Artista plástico Hélio Nunes - Belo Horizonte/MG

Ingredientes
1 parte gema de ovo
1 parte de água
1 a 3 gotas de óleo de cravo

Preparação
Separe a gema e retire a pele, adicione água em igual quantidade, as gotas de óleo de cravo e triture o pigmento.

O óleo de cravo servirá para evitar o crescimento de bolor; e, segundo Mayer, deve ser adicionado "apenas o suficiente para permitir que seu odor seja perceptível". O óleo serve também para evitar enjôo com o cheiro de ovo que fica fortíssimo se a pele não for retirada.

O pigmento deve ser misturado gradativamente até o ponto de emulsão. Convém fazer testes até obter a proporção mais adequada: uma superfície suficientemente colorida sem acúmulo, grumos ou pó solto. A tinta resultante terá relativa opacidade (menor que guache; maior que aquarela) e pode ser diluída à vontade.
Fonte de informação
"Manual do Artista", de Ralph Mayer, editado pela Martins Fontes
Têmpera ovo e óleo Colaborador: Artista plástico Hélio Nunes - Belo Horizonte/MG

Ingredientes
1 parte gema de ovo
1 parte de água
1 parte de óleo

Preparação
Idêntica à têmpera tradicional, com adição de óleo de linhaça. Cuidar para que a mistura transforme-se em emulsão, sem separação visível entre óleo e água.

O óleo aumenta o tempo de secagem da tinta e confere à pintura seca uma textura aveludada e opaca. Apesar da adição de óleo, a tinta mantém-se solúvel em água. Não use seus pincéis de aquarela pois o óleo vai se acumular neles.

Fonte de informação
"Manual do Artista", de Ralph Mayer, editado pela Martins Fontes

Têmpera ovo e verniz Colaborador:Artista plástico Hélio Nunes - Belo Horizonte/MG

Ingredientes
1 parte de gema de ovo
1 parte de óleo de banana

Preparação
Idêntica à têmpera tradicional, sem adição inicial de água, com adição de óleo de banana.

O odor e a textura lembram muito o esmalte de unha (não usar para este fim pois o pigmento pode ser extremamente tóxico!) e o resultado final é agradavelmente brilhante. A tinta mantém-se solúvel em água.

O óleo de banana pode ser utilizado, puro, como camada final para proporcionar maior resistência e brilho.

Fonte de informação
"Manual do Artista", de Ralph Mayer, editado pela Martins Fontes
Têmpera a base de clara Colaborador:Artista plástico Hélio Nunes - Belo Horizonte/MG

Ingredientes
1 clara de ovo

Preparação
Bater a clara em neve, separar em um recipiente fechado e aguardar a completa decantação (coloque na geladeira). Misturar pouco pigmento ao soro resultante.

A clara é uma solução coloidal de albumina praticamente pura. Foi muito utilizada como cola. Sua utilização como medium, entretanto, é bem restrita. Demonstra-se uma técnica relativamente interessante para pintura em papel, já que tem a transparência da aquarela com um certo toque aveludado
Fonte de informação
"Manual do Artista", de Ralph Mayer, editado pela Martins Fontes
Materiais básicos para pintura a óleo Colaborador:Artista plástico Hélio Nunes - Belo Horizonte/MG
A tinta à óleo em tubos vem com uma consistência que varia de cor para cor e de fabricante para fabricante. Ela pode ser utilizada diretamente, sem aditivos; mas há recursos para tornar a tintamais fluida ou mais transparente. Eis os aditivos:

* Terebentina: é um solvente; a tinta torna-se mais transparente; seca mais rápido; em excesso, causa rachaduras ("craquelês").

* Óleo de linhaça: é um medium (aglutinante + adesivo); a tinta torna-se mais fluida sem, entretanto, perder muita opacidade; seca mais lentamente; em excesso pode impedir a secagem da tinta em um tempo razoável.

* Secante de cobalto: é um produto reativo; a tinta seca mais rápido; em qualquer quantidade altera as propriedades da tinta, gerando escurecimento; em excesso causa craquelês e, emcasosde múltiplas camadas, descolamento
(NÃO use para se iniciar).

* Cera de abelha misturada à terebentina: é um medium afim (conhecido como encáustica fria -- um termo contraditório :) ) e serve para espessar a tinta e torná-la mais transparente ao mesmo tempo (NÃO aconselho para o iniciante).

* Milhares de outros aditivos: Mayer, Ralph. "Manual do artista". Martins
Fontes.

Aconselho uma mistura de 2 partes de óleo de linhaça para 1 de terebentina como o único aditivo para o iniciante.

Outros materiais:

* Paleta: deve ser branca, não absorvente e no formato que melhor se adaptar ao seu antebraço (você encaixa o dedão no furo e apóia a paleta no antebraço; justamente o contrário do que se vê nos filmes).

-- Uma forma interessante de organizar as tintas nas paletas é separar filas de frios, escuros e terrosos; deixando, claro, lugar para misturar as cores.

-- Limpe a paleta todos os dias usando estopa e aguarás (se a terebentina for mais barata, use-a).

-- Se sobrar tinta E se você vai pintar no dia SEGUINTE, deixe-a (mas limpe ao redor). Nunca deixe uma tinta na paleta por mais de 24 horas (vai por mim).

* Espátulas: há espátulas para limpeza de paleta e espátulas para pintar. A primeira parece uma faca, a outra uma colher de pedreiro; mas há diversos formatos.
Hélio Nunes
 http://www.arteducacao.pro.br

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